A Beleza desta Jornada
A Caminhada
Sempre que estou diante de alguém que vivencia uma crise, gosto de pensar no símbolo do deserto.
Tal símbolo é muito antigo e está relacionado com a ideia de uma busca, nas variadas culturas em que é citado.
A geografia imensa e estéril, apresenta-se como local favorável para um encontro com si mesmo, entretanto, este desafio não se dá tranquilamente e mobiliza questões inconscientes e desconhecidas em nosso psiquismo, a partir da vivência da solidão e desamparo.
O Caminho
Eu também já atravessei meus desertos e obtive percepções que hoje auxiliam imensamente meu trabalho.
Compreendi que a vida, intermitentemente, irá nos convocar a mudança, e negar este chamado cria doenças e bloqueios.
São as paralisações e sensação de não pertencimento, tão comuns na sociedade contemporânea.
Também aprendi sobre o poder das crises, que por mais que as evitemos, são verdadeiras oportunidades de crescimento e expansão pessoal.
Diante delas, será oportuno, entender sua função em nossas vidas, e o que esta ruptura tem a nos revelar.
Percebi, em minha própria estória de vida, que alguém mais autentico e ávido por uma existência cheia de sentidos, surge quando conseguimos responder ao chamado de nosso coração.
Haverá um sentimento de totalidade, saúde e propósito que se manifesta na vida como um todo.
Para finalizar, acredito que serão muitos os desertos a serem atravessados ao longo da vida, ate que nos aproximemos de nossa essência e integralidade.
O Tesouro
Gosto de pensar que o que conta é a caminhada e não a chegada, e é pela sucessão de jornadas que construímos maturidade e poder pessoal.
Por experiência, compreendi que a Psicoterapia tem o propósito de nos guiar nestas jornadas, que não precisam ser solitárias nem tampouco, sombrias.
Hoje tenho o privilegio de auxiliar as pessoas em seus processos expansionistas, e conheço a cada nova história a capacidade de superação do ser humano.
Este é o meu tesouro, encontrado na travessia pelo deserto!